De 27 a 30 de janeiro, das 19h às 22h, ministro o curso Arte Contemporânea Pós-Mídias Digitais no Sesc Pompeia.

As inscrições estão abertas e devem ser feitas na Oficina de Criatividade do Sesc Pompeia. Informações aqui.

Abaixo a proposta do curso e o programa detalhado:

Resumo

Neste curso não nos interessa voltar ao desgastado binômio arte e tecnologia, nem ao vazio conceitual das “novas” mídias. Interessa-nos discutir os vetores da criação atual, suas linhas de força e as formas pelas quais pelas quais tensionam a contemporaneidade. Atenção particular será dada à maneira como os artistas vêm politizando os usos dos meios tecnológicos e criando novos circuitos estéticos a partir das redes. Dividido em quatro eixos temáticos, o curso analisará as subversões das práticas autorais tradicionais, modelos audiovisuais emergentes, estéticas do código informacional e políticas do corpo virtualizado.

Programa

  1.  Morte do autor? ou “Só me interessa o que não é meu”

As dimensões criativas da revolução industrial. Duchamp, Man Ray e o Dada: cultura de apropriação e ressignificação. O pop e a ironia da originalidade. O fascínio da indústria cultural e da linguagem do consumo: Warhol e Lichtenstein. Cópia, plágio, remix e mash-up: as estratégias de criação em um mundo em rede. As raves de Berlim e Detroit dos anos 1970 aos 80 e a consagração do DJ Christian Marclay na Bienal de Veneza de 2011. Brasil: do Manifesto Antropófago a Rosangela Rennó.

  1. Cinema interativo e audiovisual em escala urbana

As máquinas de imagem do Renascimento ao Cinema. A longa história da desmaterialização da arte e de sua distribuição espacial. Rádio, televisão e videoarte. Nam June Paik e o cinema do homem sem a câmera. Realidade Virtual, cavernas imersivas e a busca da imagem da “quarta dimensão”. A imagem na internet e a revolução dos celulares. Realidade Aumentada e vídeo mapping: A cidade como tela de cinema.

  1. Artes do Código
Code_UP
**//Code_Up, de Giselle Beiguelman

Da poesia concreta às ciberliteraturas. A importância histórica do Brasil e o caso particular de São Paulo. Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Decio Pignatari. Mundo hipertextual: leitores, jogadores e poéticas executáveis. O texto alfanumérico e programável. A internet como campo do ruído e da disfunção sonora e imagética. A contracomunicação do “cyberpunk”.

  1. Corpos vigiados, dissidentes e livres do atavismo biológico

A sociedade de controle vislumbrada por Deleuze. Celulares, câmeras e olhos maquínicos. Cultura da paranoia e estéticas da dissidência. As redes sociais: jardins murados e territórios de subversão. Cinema feito com drones, aplicativos anti-selfie e redes anti-sociais. A revolução do projeto genoma e os paradigmas críticos da arte transgênica. “Artivismo” e ciência: criação e subversão em um mundo pós-digital.