Exposição que reúne as múltiplas facetas do genial paisagista brasileiro é prorrogada até 25/05
Há excelentes exposições em cartaz na cidade, mas indico Burle Marx: arte, paisagem e botânica, uma aula de arte, ciência e ecologia.
Com curadoria de Cauê Alves, reúne cerca de 70 trabalhos de Burle Marx e os coloca em diálogo com outros artistas como a britânica Margareth Mee e o brasileiro Caio Reisewitz.
Apesar de conhecido pela sua obra paisagística, campo em que Burle Marx se tornou um dos principais nomes da história contemporânea, a exposição mostra que ele era um multiartista que explorou os mais variados suportes e linguagens.
Desenhos, pinturas, esculturas e tapeçarias são alguns dos itens que o visitante encontrará nessa exposição. Além de peças de design, projetos paisagísticos e registros de espécies botânicas e de expedições científicas.
Paisagismo como arte abstrata
Foto: Reprodução/ Facebook MuBe
O que eu mais gostei foram os projetos paisagísticos. São de uma beleza… Verdadeiras obras de arte abstrata. Permitem ao visitante ter a viva dimensão da radicalidade de suas formas orgânicas, e do seu colorido. A imagem no destaque deste post, por exemplo, é o projeto para o jardim do Palácio Capanema, feito em 1938.
Fiquei encantada também com o núcleo botânico da exposição, que apresenta várias plantas recolhidas por Burle Marx em suas expedições pelo Brasil. Ele descobriu 35 espécies nessas viagens…
Chamo ainda a atenção para um detalhe dessa exposição que não deve deixar de ser contemplado e não este dentro do recinto expositivo. Na área externa foi feita uma remontagem provisória em vinil do monumental mosaico de pedras desenhado pelo artista no primeiro estudo para o jardim do MuBE, que é de autoria de Burle Marx.
Muito importantes, também, são uma série de citações e reflexões desse artista-cientista que aparecem nas paredes. Nelas Burle Marx chama a atenção para a relevância política e social da consciência ecológica. Especialmente nos dias de hoje, em que nos tornamos testemunhas de tantas agressões ao nosso meio ambiente, as imagens, as palavras e a obra de Burle Marx soam como uma aposta em outros futuros mais desejáveis e fluidos.
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