De coleções de vídeo a arte de rua, passando por revistas modernistas, um mapa do melhor que a Internet oferece
É incontável o número de coleções de arte que hoje podem ser visitadas pela Internet. A França, por exemplo, criou um site que é um guia para todas as coleções dos museus parisienses disponíveis on-line. O fenômeno é mundial. O MoMA de Nova York, tem um arquivo completo de todas as exposições realizadas no museu desde 1929. É possível consultar fotos, documentos e catálogos de cada uma das mostras.
Também instituições não museológicas são relevantes nesse processo de abertura de acervos. O Videobrasil que dispõe de um rico acervo formado ao longo de 30 anos de atividade, leva para a Internet um respeitável banco de dados e mais de 1000 vídeos, digitalizados e catalogados, acessíveis para consulta on-line. Por meio desses registros e obras é possível acessar uma história do audiovisual na perspectiva do Sul Global.
Não se pode deixar de chamar a atenção, ainda, para uma série de iniciativas independentes, como a Ubuweb, que tem curadoria do poeta Kenneth Goldsmith. Esse site é um e gigantesco arquivo de obras experimentais, contracultura e produção marginal ao mainstream, e nele pode-se encontrar, também uma boa coleção de poesia concreta brasileira, com obras dos nossos mestres Augusto e Haroldo de Campos e Decio Pignatari.
Entre as bibliotecas que disponibilizam acervos on-line, destaco, nesse contexto em que falamos aqui de coleções relacionadas à história da arte, a Biblioteca Digital Dada, da Universidade de Iowa, nos EUA, que disponibiliza as revistas produzidas pelos dadaístas em Zurich, Berlim e Paris.
No campo da arquitetura e do design, antecipando as comemorações de fundação da Bauhaus, que no ano que vem completa 100 anos, indico aos nossos ouvintes o site da Harvard Art Museums, que traz 30 mil itens originais da Bauhaus — de objetos a têxteis, passando por projetos gráficos e maquetes — pertencem ao seu acervo. Essa coleção, uma das principais do mundo, foi formada por um dos seus mais ilustres professores: Walter Gropius. O arquiteto fundador da Bauhaus que fugiu da Alemanha nazista, chegou a Harvard em 1937 e foi diretor da sua Faculdade de Arquitetura a partir de 1938.
Para quem gosta de fotografia, é imperdível a visita ao site do George Eastman Museum que dá acesso a mais de 270 mil imagens de seu acervo na internet. O arquivo inclui, além de fotos e daguerreótipos, reproduções de seus equipamentos e propagandas.
No Brasil, temos algumas iniciativas louváveis e eu começo pelo projeto Morada do Coração Perdido, que reúne o acervo do poeta e pesquisador Mario de Andrade e apresenta suas várias facetas, por meio de publicações, documentos pessoais, reproduções de sua coleção de obras de arte, partituras, retratos, caricaturas e até receitas de seus doces preferidos.
Impossível não falar aqui do site da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin na USP que dá acesso a mais de 3000 mil títulos que compreendem coleções de livros de literatura e de história, mapas, iconografias, e uma coleção de periódicos dos séculos XIX e XX, entre os quais está a famosa revista modernista Klaxon. Pode-se consultar o material no próprio site e ainda fazer o download das obras.
Finalmente, encerro com um site que traz um acervo em contínua expansão. O Arte fora do Museu, que cataloga obras de arte que estão no espaço público da cidade. Realizado por Felipe Lavignatti e Andre Deak, é um projeto iniciado em 2011 que conta com a colaboração do público e já foi premiado algumas vezes.
Acesse a playlist com todos os áudios da coluna Ouvir Imagens na Rádio USP | Leia todas as transcrições e posts.
Jonas Federman
maio 29, 2018 at 09:17
Parabéns! Belo espaço. Vida longa ao projeto “Ouvir imagens”!