A disseminação dos sistemas de Realidade Aumentada, a popularização do design sensorial e novas formas sociabilidade baseada em comunidades fluídas de consumidores e produtores de vídeos e fotos indicam que as imagens deixaram de ser superfícies emolduráveis e tornaram-se as interfaces de comunicação mais importantes da contemporaneidade.
Aplicativos instalados em celular, como leitores de QR-Code e programas como o Layar ou wikitude, tiraram a Realidade Aumentada dos círculos científicos especializados e a implantaram no cotidiano tornando essa tecnologia literalmente acessível à palma da mão. Produtos como o Wii e o Ipad, são uma espécie de exercícios de sinestesia para as massas, explorando a combinação de sentidos, como a visão e o tato, que convertem as imagens em interfaces imersivas e de interação. Plataformas como YouTube e Flickr, alargam as formas de diálogo e trocas interpessoais, mobilizando milhões de criadores, remixadores e visualizadores que configuram espaços de relacionamento baseados em imagens.
Cada um desses tópicos poderia ser o tema de exclusivo de uma apresentação, tese, livro ou ensaio. Eles envolvem tecnologias de produção, distribuição e consumo distintas, bem como colocam em circulação novos modos de ver e perceber que são particulares às situações a que estão relacionadas – localização em contextos urbanos, por exemplo, no caso da RA, lazer e informação, no que se refere ao Wii e ao Ipad, entretenimento, jornalismo-cidadão ou experimentação artística, no que diz respeito ao YouTube e ao Flickr.
Na apresentação que faço hoje no debate “novos formato”, do Fórum Latino-Americano de Fotografia, no entanto, vou me concentrar nas questões que poderiam ser chamadas de macroestruturais das imagens digitais e suas estéticas emergentes. No ensaio que estou preparando para a publicação que resultará deste fórum, essas questões sobre RA, novas sociabilidades e design sensorial, devem ser abordadas.
Hoje, prefiro me concentrar em questões relacionadas aos fundamentos das imagens digitais e alguns de seus desdobramentos cognitivos, perceptivos e criativos. Parto do pressuposto que as imagens digitais são além-natureza e que esse seu estatuto configura estéticas do código, estéticas do banco de dados e estéticas da cumplicidade particulares à composição algorítmica.
De certa forma, também, a apresentação que faço hoje, a convite de Iatã Cannabrava, permite, ainda contextualizar e refletir sobre os projetos que mostro no Itaú na exposição Histórias de Mapas, Piratas e Tesouros, sob curadoria de Eduardo Brandão e da Cia. De Foto.
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