O novo James Bond foi indicado por Inteligência Artificial (IA). O eleito foi Henry Cavill, ator britânico que ficou famoso com o papel de Super-Homem em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016). É o primeiro caso de “castingassistido” por uma IA e leva a assinatura da Largo Films, braço cinematográfico da suíça Largo.ai.

O resultado da indicação frustra as expectativas de quem esperava assistir a primeira mulher negra como protagonista, conforme fartamente noticiado no ano passado. Muito embora seja uma indicação e não a escolha definitiva, a seleção mostra mais que o aumento exponencial da diversificação do uso da Inteligência Artificial na cultura. Mostra a força do racismo algorítmico.

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Racismo algorítmico é o que traduz essa situação. Não porque o algoritmo possa ser por si só preconceituoso. Mas porque o universo de dados que o construiu reflete a presença do racismo estrutural da indústria e da sociedade a qual pertence, e o expande em novas direções.

A violência social ganha aí contornos datificados nos pressupostos de sua arquitetura. Afinal, ao buscar um novo Bond, a partir daquilo que sempre foi o velho Bond, não se poderia esperar um resultado muito distinto daquele que confirma o padrão James Bond desde sempre. Um homem branco, de traços europeus, que no limite de sua idealização machista conta sempre com uma bela mulher para enfeitar suas ações intrépidas.

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