Dia 17 é o dia internacional do emoji, sinônimo da comunicação visual via celular. Novos lançamentos incorporam deficiências físicas e avaliam-se símbolos para menstruação e costumes regionais, como o chimarrão

Dia 17 é dia internacional do emoji, aqueles ícones lindinhos que se tornaram sinônimo da comunicação via celular. A escolha data não é casual. 17 de julho é o dia que aparece no emoji que simboliza um calendário.

Criados em 1999 no Japão os emojis explodiram em 2011, quando a Apple introduziu um teclado em emoji nos seus equipamentos, dando acesso aos 176 símbolos originais. Hoje são quase 3000. Esse aumento substancial é certamente uma medida do seu sucesso.

Mas os indicadores não são apenas números.

Em 2013, a Biblioteca do Congresso norte-americano incorporou ao seu acervo uma tradução integral de Moby Dick, uma das obras clássicas da literatura americana para o seu acervo, reescrita inteiramente com emojis. E em 2016 foi a vez do MoMA de Nova York que adquiriu para sua coleção de Design o primeiro conjunto de emojis criado pelo designer japonês Shigetaka Kurita.

Isso mostra que o emoji não é só fofurice. São fatos culturais e reveladores dos processos comunicacionais na nossa época. Cada vez mais variados, sua aprovação passa por um consórcio que administra o padrão de reconhecimento de texto pelos computadores, o Unicode Consortium, e expressam uma complexidade muito maior, refletindo também a diversidade social, como as diferenças raciais, introduzidas em 2015 com emojis de diferentes tons de pele.

A grande novidade são os os emojis relacionados a cadeirantes, deficientes visuais e auditivos e pessoas com mobilidade reduzida. Cadeiras de roda, cães-guia e homens e mulheres de bengala e braços e pernas mecânicos são alguns dos novos emojis que serão implantados até 2019.

Também deve ser liberado o emoji de uma gota vermelha, em atenção a uma reivindicação de grupos feministas por um símbolo para a menstruação. Outras novidades incluem sapatilhas de ballet, na área de roupas, chimarrão, na de bebidas, e um emoji com carinha de bocejo.

Enfim, a segmentação dos emojis e sua diversificação e orientação para diálogos mais personalizados e inclusivos mostram que a comunicação visual foi totalmente “emojitizada”. Nas próxima quarta-feira, dia 17, é dia de comemorar. Para saber o que acontece, acesse: https://worldemojiday.com

Transcrição da coluna Ouvir Imagens, de Giselle Beiguelman, veiculada toda segunda-feira, às 8:00, pela Rádio USP (93,7).

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